Celso Heredia
Jornalista, Protético, Músico, Compositor. E Ambientalista.
Desde a infância fui muito detalhista e hábil, ligado nas questões técnicas, mecânicas. Na adolescência estudei artes industriais, ferramentaria, tornaria, marcenaria, cerâmica e mecânica. Em 1975 entrei para o quadro de funcionários da maior editora da América Latina na época, a Abril, onde fiquei até 1984. No setor de fascículos (Abril Cultural), trabalhei no departamento de criação e artes em coleções como Os Pensadores / Gênios da Pintura / Música Clássica / Música Popular Brasileira / Grandes líderes / Gigantes do Jazz / Coleção Nosso Século. Também fui freelancer (diagramador e past up) em outras empresas como Estadão; revistas Carícia e Contigo na Editora Azul (também do grupo Abril); e na Editora Globo.
Estou na Serra desde 1983 , e diante dos riscos que a ela corria pela ocupação humana, em 1991, Isabel Raposo e eu fundamos o Jornal da Serra da Cantareira, voltado às questões ambientais não só de nossa região como planetárias. O JS teve edições impressas durante 22 anos nas Oficinas do Jornal O Estado de São Paulo (OESP), inicialmente em PB até suas 12 páginas coloridas, contribuindo para várias conquistas ao longo desse período, como o impedimento da construção de um posto de combustível no Platô (entrada do Alpes), em 1992; a mudança na rota de aproximação aérea do aeroporto de Guarulhos, em 2002 – esta conquista, porém, sofreu retrocesso em 2013; e alteração do trecho norte do Rodoanel (em ações que se estenderam de 2007 a 2014). Hoje, com o adensamento populacional, e pouco respeito ao ambiente da Serra, os riscos só vêm se agravando…

Isabel Raposo
Quando criança, eu queria ser detetive e como já gostava muito de ler e escrever, não deu outra: acabei jornalista. Aos 13 anos tive os primeiros textos publicados no Correio Popular, de Campinas, onde nasci. Aos 17, vim para SP estudar e descobrir o mundo. Fiz letras na USP e, em 1974, comecei como redatora freelancer na Abril Cultural, onde logo fui contratada e, assim, me encaminhando definitivamente para o jornalismo. Trabalhei ali até 1986  (um tempo especial, de aprenizado e amizades sólidas).  Então virei habitante da floresta: ao me mudar para a Serra, adotei o home office, retomando a vida de freelancer. Somados aos trabalhos da Cultural e muitos outros, que não vou elencar aqui pra não te cansar, destaco alguns: entre 1980/86 fiz crítica literária para o Jornal da Tarde, um dos ofícios que mais amei. Em 1991, Celso Heredia e eu criamos o Jornal da Serra da Cantareira impresso, com o objetivo maior de defender a Serra, que já antevíamos sob ameaça. Em 2000, participei de um projeto como autora do livro “Memória, Momentos e Lições”, cujos patrocinadores queriam uma história da Educação no Brasil sob a ótica de um jornalista. Foi desafiador, intenso e mais um aprendizado. Hoje, sempre na Serra,  continuo vivendo, aprendendo. E escrevendo.

Angela Tijiwa
Jornalista. Webativista ambiental global, defensora do SUS, da inclusão digital e banda larga para todos, e participante do movimento Vote Nelas, pela legítima representatividade feminina nas cadeiras legislativas. Nascida e criada em São Paulo e levando uma vida totalmente urbanoide, nem passava pela minha cabeça o quanto a Serra da Cantareira era exuberante e que eu seria capaz de viver nela. O primeiro contato com a Serra, há 32 anos, transformou minha vida. Depois de trabalhar com redação, cujo primeiro trabalho foi em agência de publicidade aos 16 anos, quis voltar a ser estudante. Pouco antes, havia pedido demissão de um emprego público estável de nove anos na Emplasa e Secretaria dos Negócios Metropolitanos para seguir esse rumo. Encarei um mestrado em Teoria da Comunicação na ECA/USP e comecei a me aprofundar em Filosofia e Linguagem.  Para me manter, fui frilando, copidescando e fazendo traduções, em editoras como a Abril Cultural, Hucitec, Unesp, Unicamp, Marco Zero, dentre outras. O fato de poder estudar e trabalhar em casa (ou mesmo em viagem) contribuiu para minha mudança definitiva para o Parque Petrópolis. Nos primeiros anos, as traduções que fazia de livros, por exemplo, enviava em disquetes pelo correio. Não havia internet nem celular. Percebi então que o tempo ganhava outra dimensão: continuei indo ao cinema, a encontrar amigos, a festas, shows, livrarias e aulas, em São Paulo. E também vi que podia estudar, escrever, ter um cão e um gato, construir aos poucos minha casa, plantar, melhorar a alimentação, receber familiares e amigos, essas coisas que o morador da Serra assume para viver bem, no convívio com a natureza. Em 2001, com alguns amigos, fui cofundadora da ONG PIVOT Brasil – movimento cultural e educacional de ponta em São Paulo, hoje Escola Nômade de Filosofia. Pouco depois nascia o programa de inclusão digital do Estado de São Paulo (Acessa SP), a cargo da Escola do Futuro da USP. Em 2009, fui convidada a trabalhar como pesquisadora, redatora e editora de livros e artigos científicos relacionados a TI e comunicação.  Era a única pesquisadora contratada em home office. Considero este passo uma grande conquista, pois demonstrei, por experiência própria, que era possível trabalhar a distância, com as inovações das tecnologias de comunicação e informação. Tenho um investimento afetivo muito presente no trabalho colaborativo em rede, como ferramenta essencial para a participação de todas as camadas da população tanto nas políticas públicas em geral quanto naquelas do cotidiano em rede.

Letícia Regina Pereira
Artista. Atriz, Palhaça e Bonequeira na Oficina de Bonecos Alma do Artista, nascida na zona norte do Município de São Paulo. Sempre atuei em questões ambientalistas e hoje participo do Grupo Vagalumes e Pirilampos, criado na Serra. A Cantareira é para mim um ‘Grande Tesouro’ que descobri no início dos anos 80 e para onde me mudei, no Parque Petrópolis, em 1991. Na primeira semana não tinha luz em casa. Banho frio e luz de velas! O primeiro ano foi sem TV…  Assim realizei o sonho de viver com o pé na Terra e receber dela sua beleza e sabedoria.  O lugar, os animais, plantas e os antigos moradores foram me ensinando a deixar a cidade que eu insistia em ‘trazer nas costas’. Até hoje vivo com gratidão neste Paraíso, aprendendo e percebendo mais e mais o quanto o ser humano contemporâneo se equivoca ao desrespeitar o meio ambiente! Meu maior compromisso e sonho com esse Patrimônio Ambiental é convidar as pessoas a se abrirem de verdade para este aprendizado divino que a Natureza nos oferece! Em toda a vida fui ganhando parcerias e amizades que me honram muito. No trabalho também tive a alegria de compartilhar afazeres teatrais com profissionais a quem só tenho a agradecer: Ésio Magalhães e Tiche Viana do Barracão Teatro, Esther Góes e Ariel Borghi, Grupo Folias D’Arte, Cia Teatro Balagan, Grupo XIX de Teatro, Lume Teatro, Grupo de teatro/PUC, Cia Arte KNU, Grupo Amigos do Nariz Vermelho, Cia As Bárbaras, Adriana Marques, Grupo Teatro D’Aldeia, Cia Los Trancos e Barrancos, Cia A Blau Quer Falar, Grupo Galpão e muitos outros. Também sou grata à minha família, que veio do campo e sempre viveu de maneira simples e alegre! Com eles aprendi o amor à Vida e à Natureza, e conheci a Solidariedade. (www.almadoartistabonecosarte.blogspot.com) – (https://www.instagram.com/almadoartista)


Nossos colaboradores e colunistas

Alex Strum
Meu nome oficial é Alexander, mas me chamam de Alex. Nasci em Bucarest na Romênia em 1947, de família que vivenciou e foi vítima do Holocausto. Moro no Brasil desde 1952, sou casado, tenho dois filhos e dois netos. Sou engenheiro com especialização em administração de empresas. Hoje aposentado, trabalhei em diversas funções em grandes empresas multinacionais e como consultor. Tenho casa na Serra desde 1978 e estou morando aqui desde o início da pandemia. Gosto de caminhar, de viajar, conversar com os amigos e de ler. Meus temas preferidos são filosofia, história, economia e política e, claro, gosto de futebol. Sou antenado e tenho também muito gosto pela escrita.

Flavio Soares de Barros
Consultor em Relações Internacionais e Cultura, escritor e tradutor. Cursei Administração Pública (FGV), Desenvolvimento Internacional (Universidade de Roskylde, Dinamarca) e Letras (USP). Mestre em Letras e Doutor em Relações Internacionais (USP). Gosto de política, arte e de tentar entender o mundo em profundidade. Vivo na Serra desde 2005.