Primeiro passo para resolver problemas é criar visão coletiva da cidade
(Para acessar clique no título) No “Samba do lado”, o grande Chico Science – se você não conhece, deveria – cantava: “o problema são problemas demais, se não correr atrás da maneira certa de solucionar”. Na Serra, em Mairiporã, em São Paulo, no Brasil e no mundo, temos muitos problemas sem soluções certas. São temas sociais, econômicos, ambientais e até éticos e morais. Como resolver?
Um professor do tempo da faculdade explicou (e só anos depois descobri que ele estava citando Maquiavel) que era preciso entender a realidade como ela é, e não como gostaríamos que ela fosse. Só depois é possível agir sobre o mundo. Não sei se esta é a maneira certa de começar a resolver os problemas. Mas é um começo.
Mairiporã (ao lado) tem características próprias. Fica ao lado dos dois maiores municípios do estado de São Paulo e tem áreas de proteção ambiental cobrindo 80% de seu território. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município é o mais baixo da região. Temos inúmeros problemas na infraestrutura, como o saneamento básico, e também na mobilidade, saúde, educação, segurança… A lista é longa.
Soluções são coletivas nos exemplos de sucesso
Para não nos perdermos em nossos inúmeros problemas, o passo inicial – e o mais difícil – é costurar uma visão coletiva. É possível? Várias iniciativas ao redor do mundo, em Berlim, Cidade do México, Bogotá e Dacar, dentre outras, mostram que sim. É fácil? Não. Este é o problema.
A construção de um projeto de cidade passa pelo jogo de interesses, muitas vezes opostos, das pessoas que nela vivem ou exercem suas atividades. Como pactuar os interesses da construção civil e de ambientalistas? Ou de empreendedores e da comunidade?
Pior ainda, como conciliar os interesses de curto prazo dos representantes políticos com os impactos que não são identificados aqui e agora, mas ao longo do tempo?
Este é o diagnóstico; agora é preciso, coletivamente, decidir o que queremos de nossa cidade.
Essa escolha, coletiva, começa por entender os diversos interesses em jogo e exige que um esteja disposto a coordenar interesses, em prol, você adivinhou, do interesse comum, que é o lado em que devemos estar.
Voltando ao Chico Science, “de que lado você vai sambar”? Vai participar do debate, e aceitar ceder em alguns pontos? Ou vai deixar tudo como está?
Continuarei discutindo esse tema em breve.
Flávio Soares de Barros
Muito bom o texto do Flavio Soares de Barros