Questão antiga e ‘solução’ controvertida

Limitadores de altura no Portal da Serra

Por que delimitar a altura de um caminhão se é proibido ele passar por ali?

No dia 7 de fevereiro foram instalados limitadores de altura no Portal de Serra alegando-se, com isso, impedir ou desestimular veículos de grande porte a ultrapassarem tal ‘barreira’. Embora os limitadores tenham sido muito festejados nas redes sociais e louvados os gestores que tiveram tal iniciativa, a realidade decepcionou. Na ausência de policiais no local, os caminhões simplesmente ignoram a barreira, tipo móbile gigante, e continuam a descer a Serra.

Também pipocaram opiniões nas redes sociais, algumas sensatas e outras disparatadas. Dentre as sensatas, e fundamentadas, uma me chamou a atenção pela seriedade e competência: “Em minha humilde opinião de quem trabalha com sinalização viária há 25 anos, se é proibido descer e ou subir caminhões, por que delimitar a altura dos mesmos? O que se entende com tal medida é que um caminhão sem ser baú pode descer com peso na carroceria sem problema. O que se tem que fazer é punir os veículos que descem ou sobem. Esse dispositivo instalado é para quando se tem um viaduto com determinada altura, e o motorista deve ser alertado antes, só que não temos nenhum viaduto ali para que motoristas sejam alertados. Só uma visão pessoal. Acho que toda medida é bem-vinda, mas…”

Presença atuante

O que é necessário, de fato, com empenho e responsabilidade, é a presença constante de policiais no Portal, capazes de deter os infratores, multar e até mesmo reter o veículo. Policiais conscientes da importância de estar vigilantes. Pois já vi muitas vezes um solitário PM ali, sentado de costas para quem desce e parecendo alheio ao exterior, mergulhado em algum objeto que foge aos olhos dos passantes cuja visão do interior da cabine é semiobstruída por folhas brancas no vidro.

Esta reivindicação da presença de efetivo da PM no Portal, aliás, tem sido a mais antiga, expressiva e constante dos moradores da Serra. Mas até agora não foi devidamente atendida.

Para finalizar: esse evento tão aplaudido me remete a um poema concretista – cuja autoria se perdeu no tempo – escrito sobre a linha de um semicírculo: “Certa vez uma minhoca se propôs um grande feito, uma subida, e lá chegando, estufou o peito e proclamou… uma descida”. Com o perdão do trocadilho. Isabel Raposo

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