O gestor público e situações perigosas

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O papel do gestor público deve abarcar situações cotidianas perigosas
Mas prevenir acidentes é dever de todos

Em 22 de novembro de 1994, por volta do horário do almoço, a jornalista Marisa Fernandes subia a Serra a caminho de casa com os três filhos, quando um caminhão desgovernado, descendo em sentido contrário, atravessou a pista provocando a morte de todos, inclusive a do seu motorista e de seu passageiro. A proibição do tráfego de caminhões por essa via já fora estabelecida, com placa indicativa. Este acidente, décadas depois, ainda deixa marcas na comunidade, e a preocupação não é infundada.

Tecnicamente, a via foi construída de maneira errônea, tendo uma declividade muito acima do razoável e do que preconiza o Manual do Denatran, que deveria ser no máximo de 11%. Mas, em média, a declividade é de 15% desde o restaurante Green Garden até a antena de Furnas, sendo que há lances de 25% ao longo dos primeiros 300 metros, com a subida demasiadamente íngreme.

Sendo assim, a curva da Avenida Senador José Ermírio de Moraes, na altura do número 2002, na Vila Albertina, é muito perigosa para o tráfego dos moradores da Serra que precisam ir a São Paulo e voltar diariamente.

Infratores insistem

Se esta via de acesso fosse utilizada de modo esporádico com veículo off road não teria tantos problemas, porém o caminho foi institucionalizado. Por isso, também, o tráfego de caminhões deve ser rigorosamente proibido. Mesmo que um ou outro caminhão infringindo a lei, insista em utilizar a estrada nesse percurso, se houver carga ou, pior, sobrecarga, o caminhão não conseguirá subir e terá dificuldades para descer, podendo provocar acidentes, como o que ocorreu há alguns anos com um caminhão que realizava obras para o Rodoanel e que subiu carregado, mas ao tomar o caminho errado decidiu voltar. E, a despeito da proibição, continuou acontecendo. Quando fui gestor desta área pela Subprefeitura do Jaçanã Tremembé, até 2014, juntamente com colegas da CET onde sou servidor de carreira, conseguimos implantar um projeto de sinalização com vibradores, conforme a ilustração.
Ainda no âmbito da CET e como morador da Serra, sigo estudando esses trechos para introduzir condições de segurança mais adequadas. Não esqueça nunca que é preciso descer este trecho engrenado, com velocidade reduzida. E, se beber, não dirija.

Edison de Oliveira Vianna Junior
Arquiteto Urbanista pela FAUUSP, servidor da Companhia de Engenharia de Tráfego desde 1994, Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas e Doutor em Sistemas de Potência, desenvolvendo pesquisa de Pós-Doutorado em Engenharia Elétrica (Poli USP). Foi Subprefeito do Jaçanã Tremembé até 2014. Projetou e construiu a casa da família na Serra em 2004, no Parque Petrópolis,  onde reside desde 2012.

 

 

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